30 de janeiro de 2012

Parque Estadual da Pedra Branca - Operação Morro Grande

Parque Estadual da Pedra Branca
Operação Morro Grande
Rancho utilizado para abrigo de caçadores foi demolido no
Parque Estadual da Pedra Branca
                                                                              
Cães de caça, materiais (armadilhas) para captura de pássaros, mamíferos silvestres e uniformes camuflados foram apreendidos nesta quinta-feira (26/01) durante a operação realizada por fiscais do Parque Estadual da Pedra Branca - PEPB, na Zona Oeste do Rio, e levados para a subsede do Parque, localizada no núcleo Pau da Fome, em Jacarepaguá. Ninguém foi preso.

A operação foi deflagrada por fiscais do PEPB visando cumprir as denúncias do Ministério Público sobre a necessidade de reprimir a ação de caçadores que capturam e comercializam animais silvestres, desmatam a floresta e constroem residências e abrigos irregularmente no interior da Unidade.

Na chegada dos fiscais, os caçadores, que estavam no local, evadiram-se em direção à mata. Dentre eles estava o Sr. Bonifácio, irmão do Sr. Francisco Bonifácio, preso praticando o mesmo crime, em outra operação realizada no PEPB em conjunto com outros órgãos, no final do ano passado. No abandono do abrigo, foram deixados os pertences, como roupas, alimentos e os cães que eram utilizados no apoio à caça. O Biólogo Leonardo Furtado, que participava da ação, observou que os animais apresentavam sinais de maus-tratos. Esses animais foram encaminhados para a Fazenda Modelo, local de atendimento e guarda de animais da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro.

Não foi possível encontrar armas no local porque os caçadores têm o hábito de escondê-las enroladas em sacos plásticos e enterradas na mata evitando, assim, o risco de serem flagrados em seu trajeto para a caça. O principal entrave no combate à caça são conflitos relacionados às questões culturais e à carência de pessoal para a fiscalização.  Infelizmente, muitos caçadores herdaram dos pais e avós a prática de caçar.

As ações de fiscalização serão intensificadas em toda a Unidade, ressaltando, ainda, que os ranchos ilegais, descobertos durante a operação no Parque, serão demolidos por se tratarem de construções irregulares, construídas com madeiras de árvores nativas e recursos minerais, como argila, areia e seixo de rio. As casas eram utilizadas pelos caçadores como refúgio.

Para o chefe do PEPB, Alexandre Pedroso, o que mais preocupa são as armas e o “trabuco”, espécie de armadilha para animais que, ao acionarem seu mecanismo, levam um tiro e morrem. Os caçadores espalham esse tipo de arma pela floresta e depois voltam para ver se algum animal foi atingido. Também para o ser humano o trabuco pode causar graves ferimentos, inclusive com mutilações ou até mesmo a morte. Apesar das dificuldades de acesso ao local, nossa equipe não mediu esforços para atender às demandas. Sempre contamos com denúncias da população.  

O Parque Estadual da Pedra Branca é considerado a maior reserva florestal em área urbana do mundo. Compreende um total de 12.500 hectares de extensão, a qual serve de abrigo a uma rica fauna, composta por pacas, cotia, jacus, tatus, entre outros. A Unidade de Conservação onde os caçadores agiam foi criada por lei estadual em 1974 para preservar o patrimônio natural no centro do município do Rio de Janeiro.


Mais detalhes:

Fiscalização estoura rancho de caça no Parque da Pedra Branca (Inea, 30/01/2012).

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