Parque Estadual da Pedra Branca Rancho utilizado para abrigo de caçadores foi demolido no Parque Estadual da Pedra Branca |
Cães de caça, materiais (armadilhas) para captura de pássaros, mamíferos silvestres e uniformes camuflados foram apreendidos nesta quinta-feira (26/01) durante a operação realizada por fiscais do Parque Estadual da Pedra Branca - PEPB, na Zona Oeste do Rio, e levados para a subsede do Parque, localizada no núcleo Pau da Fome, em Jacarepaguá. Ninguém foi preso. A operação foi deflagrada por fiscais do PEPB visando cumprir as denúncias do Ministério Público sobre a necessidade de reprimir a ação de caçadores que capturam e comercializam animais silvestres, desmatam a floresta e constroem residências e abrigos irregularmente no interior da Unidade. Na chegada dos fiscais, os caçadores, que estavam no local, evadiram-se em direção à mata. Dentre eles estava o Sr. Bonifácio, irmão do Sr. Francisco Bonifácio, preso praticando o mesmo crime, em outra operação realizada no PEPB em conjunto com outros órgãos, no final do ano passado. No abandono do abrigo, foram deixados os pertences, como roupas, alimentos e os cães que eram utilizados no apoio à caça. O Biólogo Leonardo Furtado, que participava da ação, observou que os animais apresentavam sinais de maus-tratos. Esses animais foram encaminhados para a Fazenda Modelo, local de atendimento e guarda de animais da Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro. Não foi possível encontrar armas no local porque os caçadores têm o hábito de escondê-las enroladas em sacos plásticos e enterradas na mata evitando, assim, o risco de serem flagrados em seu trajeto para a caça. O principal entrave no combate à caça são conflitos relacionados às questões culturais e à carência de pessoal para a fiscalização. Infelizmente, muitos caçadores herdaram dos pais e avós a prática de caçar. As ações de fiscalização serão intensificadas em toda a Unidade, ressaltando, ainda, que os ranchos ilegais, descobertos durante a operação no Parque, serão demolidos por se tratarem de construções irregulares, construídas com madeiras de árvores nativas e recursos minerais, como argila, areia e seixo de rio. As casas eram utilizadas pelos caçadores como refúgio. Para o chefe do PEPB, Alexandre Pedroso, o que mais preocupa são as armas e o “trabuco”, espécie de armadilha para animais que, ao acionarem seu mecanismo, levam um tiro e morrem. Os caçadores espalham esse tipo de arma pela floresta e depois voltam para ver se algum animal foi atingido. Também para o ser humano o trabuco pode causar graves ferimentos, inclusive com mutilações ou até mesmo a morte. Apesar das dificuldades de acesso ao local, nossa equipe não mediu esforços para atender às demandas. Sempre contamos com denúncias da população. O Parque Estadual da Pedra Branca é considerado a maior reserva florestal em área urbana do mundo. Compreende um total de 12.500 hectares de extensão, a qual serve de abrigo a uma rica fauna, composta por pacas, cotia, jacus, tatus, entre outros. A Unidade de Conservação onde os caçadores agiam foi criada por lei estadual em 1974 para preservar o patrimônio natural no centro do município do Rio de Janeiro. |
Mais detalhes:
Fiscalização estoura rancho de caça no Parque da Pedra Branca (Inea, 30/01/2012).
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