Reservas Biológicas

Reserva Biológica da Praia do Sul
Reserva Biológica de Araras
Reserva Biológica de Guaratiba
Reserva Ecológica da Juatinga (em fase de recategorização, em cumprimento à lei do SNUC)



(Decreto Estadual nº 4.972, de 02/12/1981)

A Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul - RBPS foi criada em 1981 por meio do Decreto Estadual 4.972, com área de 3.600 ha, e encontra-se na face sudoeste da Ilha Grande. A RBPS abriga cinco ecossistemas naturais: mata de encosta, manguezal, restinga, lagunas (com campos inundáveis em seu entorno) e costões rochosos.

As praias e lagoas de Sul e de Leste, o rio Capivari e a vegetação exuberante formam o conjunto mais bem preservado do Estado. Além dos atributos naturais, a RBPS protege sambaquis e sítios arqueológicos dos antigos habitantes da região, conhecidos como “fabricantes de machados da Ilha Grande”.

Além das praias de Sul e de Leste, esta Reserva Biológica protege as praias do Demo, dos Meros e do Aventureiro. Nesta última praia, vive uma comunidade tradicional caiçara, com cerca de 100 pessoas, desde antes da criação da RBPS. Seu sustento está baseado nas atividades de pesca e turismo. Recentemente, a discussão sobre sua situação legal foi intensificada pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, em uma tentativa de conciliar as políticas de conservação da natureza  e o respeito ao modo de vida das populações tradicionais.

A sede da Reserva Biológica da Praia do Sul, administrada pelo Instituto Estadual do Ambiente - Inea –, encontra-se na Vila do Aventureiro. A RBPS não está aberta à visitação. Em sua área somente é permitida a pesquisa científica e atividades de cunho educacional, quando autorizadas pelo Inea.

Maiores informações podem ser obtidas por intermédio do Parque Estadual da Ilha Grande:
Chefe: Izar Araújo Aximoff
Endereço: Av. Beira Mar, s/nº – Vila do Abraão – Ilha Grande
                23.968-000 – Angra dos Reis/RJ
Telefone: (24) 3361-5540
Endereço eletrônico: falecompeig@gmail.com



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Reserva Biológica de Araras
(Resolução SEAA nº 59, de 07/07/1977) 


A Reserva Biológica de Araras - RBA foi criada já com situação fundiária regularizada, por meio de um termo de entrega da então Secretaria de Finanças à Secretaria de Agricultura, Indústria e Comércio. As terras devolutas pertencentes ao Estado, conhecidas como Fazenda de Araras, foram devidamente demarcadas para serem transformadas em Horto Florestal. Em 1950, o Governo Federal declarou as matas da Reserva como Florestas Protetoras dos Mananciais do Rio Araras. Em 1974, recebeu nova denominação, tornando-se Horto Florestal de Araras em Estação Experimental de Horticultura.

Somente em 1977, por meio da Resolução nº 59 da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, passou à categoria de Reserva Biológica. Em 1987, a administração foi transferida à antiga Fundação Instituto Estadual de Florestas - IEF/RJ.

Localizada em Araras, segundo distrito do Município de Petrópolis, a Reserva Biológica de Araras abrange área de aproximadamente 3.862 hectares (38,62 quilômetros quadrados), e está parcialmente incluída na Área de Proteção Ambiental de Petrópolis, administrada pelo Ibama. A sede da Reserva está implantada no Bairro Jardim Araras e tem grande potencial para apoiar o desenvolvimento de pesquisas científicas. Situada na Serra do Mar, apresenta-se com relevo bastante acidentado, destacando-se pela presença de vertentes rochosas íngremes, com declividades chegando a 50% e 70% e com variações de altitude entre 1.000 e 1.766 metros (Pico do Couto).

A rede hidrográfica, formada pelos rios Araras e Vargem Grande, se dirige para o Rio Piabanha, afluente do Paraíba do Sul. Já o Córrego Ponte Funda e outros de menor porte drenam para o Rio Fagundes, também afluente do Paraíba do Sul. A Reserva tem cobertura vegetal formada principalmente pela presença da floresta ombrófila densa, mata de encosta e de altitude. As matas são compostas principalmente por vegetação secundária, com presença de apenas alguns trechos de floresta mais regenerada. Segundo relato de antigos moradores, existiu um quilombo no vale, situado junto ao Pico do Couto, que desenvolveu agricultura de subsistência de forma intensiva, provocando o desmatamento da região. No entanto, pelas dificuldades de acesso ao vale a cobertura vegetal da região conseguiu se regenerar, sendo hoje formada por floresta secundária em bom estágio de regeneração.

O funcionamento do horto produziu também a abertura de diversas áreas, não só para a produção de mudas como, também para construções de casas funcionais, atingindo área de aproximadamente 100 hectares. Nessa área de grande influência antrópica, juntamente com a Serra do Curral, encontra-se o trecho mais degradado da Reserva. Com a extinção do horto, a área de uso mais intensivo se concentrou na entrada da Reserva, permitindo a regeneração natural do trecho, antes ocupado por colonos. A região destaca-se pela presença de alguns talhões de eucaliptos, pereiras e caquis, além da existência de inúmeros indivíduos de ameixa-amarela, champaca-fragante ou champaca-laranja, pinheiro (Pinus elliotti), pinheiro-do-paraná, abacateiro e sobragi.

Nas áreas mais degradadas, onde foram desenvolvidas atividades agropastoris e sistemas arcaicos de manejo, predominam aglomerados de samambaia-do-barranco, tapera e capim-gordura, dentre outras. Nas capoeiras e matas secundárias, há predominância de três espécies: azeitona-do-mato, quaresmeira e capixingui. 

No maciço florestal formado pelo vale do Rio França e pela vertente oposta ao Rio Araras, encontra-se a maior concentração de floresta mais densa de toda a Reserva. Nesse trecho, é bastante representativa a presença de exemplares de curipitã, copaibeira, canjerana, canelas (Ocotea spp. e Nectandra spp). Nas margens do Rio Araras e na encosta sul, existe uma grande concentração de jacaré ou angico, associada com ingá-doce (Inga affinis e Inga sessilis), capixingui e quaresmeira. Segundo pesquisadores do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, nos campos de altitude são encontradas inúmeras espécies endêmicas, com destaque para o raro rabo-de-galo. Com base em levantamentos sobre a fauna, constatou-se, entre os mamíferos, a presença de jaguatirica, suçuarana, cachorro-do-mato, gambá, tatu-galinha, furão, ouriço, caxinguelê, caititu, irara, paca, sagüi, quati, macaco-prego, bugio, mão-pelada e guariba. Da avifauna, destacam-se tiê-sangue, maitaca, sabiá, tangará, jacu e japu, dentre outros.

Contato:
Chefe: Ricardo Ganem Leal
Endereço da RBA: Rua Bernardo Coutinho, nº 10.351, Estrada do Horto, Jardim Araras
                  25.725-020 - Petrópolis/RJ
Telefone: (24) 2225-1975
Endereço eletrônico: rebioararas.inea.rj@gmail.com.
(Decreto n.º 7.549, de 20/11/74, Decreto n.º 5.415, de 31/03/82)


A Reserva Biológica de Guaratiba - RBA foi criada em 1974, por meio do Decreto nº 7.549, de 20 de novembro de 1974, objetivando, prioritariamente, a preservação dos manguezais e dos sítios arqueológicos de grande valor histórico para o Estado.

Com uma área de aproximadamente 3600 hectares (36km2), a Reserva Biológica e Arqueológica de Guaratiba está localizada na zona oeste do município do Rio de Janeiro, litoral Nordeste da baía de Sepetiba, abrangendo terrenos de marinha, que são, parcialmente, ocupados pelo Exército.

Caracteriza-se pela extensa cobertura de manguezais, uma das mais preservadas do Estado, que se tornou local de abrigo de inúmeras espécies raras da fauna e flora, ameaçadas de extinção.  A região foi o último local de ocorrência no Rio de Janeiro do guará, ave que originou o topônimo Guaratiba, que significa “abundância de guarás”. Nos limites da área foram encontrados 34 sambaquis, vestígios de grupos humanos pré-históricos de tradição tupi-guarani, que habitavam a área em regime de seminomadismo. O acervo dos artefatos arqueológicos encontrados nesses sambaquis está sob a guarda do Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista.

Nos meandros dos rios, encontra-se vegetação de manguezal de porte arbóreo, que chega a atingir 8 metros de altura. As espécies frequentes são o mangue-vermelho, na faixa mais próxima da água, o mangue-branco, localizado na faixa intermediária do manguezal, além do mangue-siriúba,que se fixa nas áreas mais próximas da terra firme. Na zona de transição entre o mangue e a terra firme surgem espécies típicas de matas alagadas ou de restingas, como a taboa e o pau-de-tamanco, entre outros. Nos substratos mais sólidos ocorrem espécies de fauna como o mexilhão, a ostra, os crustáceos típicos como o guaiamum, o uçá, os siris (Callinectis danae e C. Sapidus) e os chama-marés (Uca leptodactylla, U. Marcovanii e U. rapax).

A avifauna é riquíssima e ainda abriga diferentes tipos de aves, como o raro colhereiro. É área de nidificação de aves paludícolas e ponto de repouso e alimentação de aves migratórias. Lá, podem ser encontrados com frequência o sebinho-do-mangue, o pica-pau-anão, a viuvinha e o socó-dorminhoco. Entre as espécies migratórias, surgem o maçarico-de-coleira, o maçarico-de-peito-branco e a batuíra.

O maior destaque entre os répteis é o jacaré-do-papo-amarelo, também ameaçado de extinção. Entre os mamíferos, destacam-se a irarae a raríssima e bela lontra, que encontra na Reserva um de seus últimos redutos. 

Contato:
Chefe: Felipe de Souza Queiroz
Endereço da RBG: Estrada da Matriz, nº 4.485 – 23.020-710 – Guaratiba/RJ
Telefone/fax: (21) 2333-6984 e 2333-6898
Endereço eletrônico: felipeief@yahoo.com.br
Horário de Funcionamento: 08 h às 17 h
Visitação: Agendamento por telefone

Observação: De acordo com o parágrafo 2º do Art. 10 da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, as visitas nesta Unidade de Conservação só ocorrerão com objetivo educacional.
Reserva Ecológica* da Juatinga 
(Lei n.º 1.859, de 01/10/91; Decreto nº 17.981, de 30/10/92) 
*Em fase de recategorização em cumprimento à lei do SNUC


A Reserva Ecológica da Juatinga - REJ Foi criada pelo Decreto Estadual n.º 17.981, de 30 de outubro de 1992, com o objetivo de preservar o ecossistema local, composto por remanescentes florestais da Mata Atlântica, restingas, manguezais e costões rochosos. A REJ localiza-se no extremo sul do Estado, no município de Paraty, e está inserida na Área de Proteção Ambiental de Cairuçu. Orgulha-se de ter sido a primeira Unidade de Conservação a ser criada com o expresso objetivo de fomentar a cultura caiçara local, compatibilizando-a com a utilização de seus recursos naturais, de acordo com os preceitos conservacionistas.   

Conhecida como Juatinga ou Cajaíba, a área da Reserva, com cerca de 8.000 hectares (80km2), abriga doze núcleos de ocupação de populações tradicionais, que se distribuem ao longo litoral e vivem da pesca artesanal, agricultura de subsistência e mais recentemente do turismo. Os núcleos se relacionam entre si e usam a cidade de Parati como centro de comércio e serviço, apesar da precariedade de acesso - a pé, por picadas ou barcos.

Praia de Calhaus. Crédito: João Fernandes.

A vegetação natural da região é formada pela floresta Atlântica, com elevada biodiversidade, possuindo aproximadamente 10.000 espécies de plantas, destacando-se a exuberância da mata higrófila, nas encostas e nos vales, a mata de restinga e o manguezal. As vertentes apresentam afloramento rochoso cobertos por flora característica, constituída, principalmente, por Gramíneas, Aráceas, Bromeliáceas e Orquidáceas. 

Entre as praias de Itaoca e Galeletas encontramos uma capoeira degradada com fisionomia por vezes rala, sendo frequente a presença de espécies como a embaúba, Acacia spp., Piptadenia gonoacantha spp., schizolobium parayba. Destacamos, também, exemplares isolados da mata nativa e espécies exóticas como a jaca, a mangueira e o tamarineiro.

Apetrechos de pesca e trabalhadores do Calhaus. Crédito: João Fernandes.

O estrato arbóreo inferior tem como espécies mais representativas palmeiras como o tucum, o pati, o indaiá, a brejaúva, a pitomba e o palmito doce, largamente explorado. Destacam-se entre as árvores de grande porte, o jacarandá, o cedro, a canela, o louro, a caixeta e o ipê.

O ecossistema de restinga possui vegetação característica onde destacamos: a pitanga, o araçá, a aroeira, o murici, e outras muito apreciadas. A vegetação de mangue é encontrada nas regiões baixas junto ao mar, com seu ecossistema característico, destacando-se o mangue branco, vermelho e preto e a siriúba. 
Pouso da Cajaíba. Crédito: João Fernandes.

Apesar de inexistirem estudos detalhados sobre a fauna, são facilmente encontrados animais característicos da mata pluvial, tais como; a paca, a cutia, o tatu, o porco-do-mato, o tamanduá, felinos de grande porte, e, recentemente, foi identificado a ocorrência do primata mono-carvoeiro.  Levantamento realizado pelas comunidades tradicionais mostrou a existência de uma vasta e rica fauna marinha, destacando espécies como a garoupa, espada, sardinha, enchova, galo, corvina, marimba, piragica, sororoca, vermelho, carapau, camarão, sargo, bonito, xerelete, olho de boi, cação, tainha, lula, bicudo, robalo e acavala, entre outras.
Contato:
Chefe: Rodrigo Rocha Barros
Endereço: Largo do Rosário, s/nº - Centro - 23.970-000 - Paraty/RJ
Telefone: (24) 3371-9654
Endereço eletrônico: rej@inea.rj.gov.br 



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